Quer pagar como?

Colunista Cristiano Silveira comenta sobre a funcionalidade dos celulares para realizar pagamentos

E aí, quer pagar como? Sim, uma pergunta desse tipo está cada vez mais comum no dia-a-dia. Antigamente, dinheiro e cheque estavam resolvendo. Aí veio a tal da tecnologia e acelerou tudo. 
Sim, acelerou mesmo. Depois com a chegada dos cartões, crédito ou débito, ficou muito mais prático. Só colocar o cartão, digitar a senha e pronto! Não precisava mais carregar dinheiro ou cheque.
Mas a tecnologia resolveu ajudar mais um pouco e então resolveram agregar acessórios e outras tecnologias, que inventaram as pulseiras ou até mesmo cartões que realizam o pagamento somente aproximando das maquininhas.
Mas se deram conta de uma coisa: por que precisa carregar um cartão de crédito ou débito, se carrego o celular para todo o lugar?
Pronto. Criaram os apps que armazenam os dados do seu cartão e servem como carteiras virtuais, onde você começa a pagar apenas aproximando o celular das maquininhas.
Que show, né?
Foto: Portal Novarejo
Até aqui, alguma novidade? Claro, pode ser que você não esteja usando ainda essas últimas inovações nos meios de pagamento, mas acredito que uma hora você usará.
E usará porque será mais fácil, tanto para pagar, com velocidade e praticidade, como para controlar os seus gastos.
Segundo o portal Novarejo, 17% dos consumidores no Brasil já utilizam a tecnologia contactless (pagamento por aproximação), na sua maioria jovens, entre 16 e 29 anos, das classes A e B.
Em uma pesquisa realizada pela Accenture estima-se que, os bancos que não adotarem modelos de negócios inovadores, perderão receita, em torno de 15% da receita global, equivalente a US$ 280 bilhões, por conta do grande número de fintechs (startups voltadas para o setor financeiro) que trabalham fortemente com pagamentos digitais.
Acompanhando esse movimento, o Banco Central, por meio do seu presidente, Roberto Campos Neto, afirma que o projeto de pagamentos instantâneos será concluído em 2020. De forma rápida, os pagamentos instantâneos são formas que as pessoas terão de transferir dinheiro, seja por TED, DOC ou pagamentos, serão realizados em tempo real, sem depender do horário de funcionamento dos bancos.
Atualmente, 46 países já trabalham com alguma solução de pagamento instantâneo. Mais 12 países já planejam implementar em breve.
Foto: psafe
Mas tem um país que está liderando essa "corrida" e está ensinando o mundo inteiro: a China.
Sim, a China tem por volta de 1.3 bilhão de pessoas e já é a segunda maior economia do mundo. Cresce em um ritmo alucinante e esse ano, a previsão é "desacelerar" seu crescimento, ficando por volta de 6,1% (algo 6x maior que o Brasil e 2,5x maior que os Estados Unidos).
Lá, os chineses pagam absolutamente tudo pelo celular. Pedem comida, pagam estacionamento, pagam conta no restaurante, pedem empréstimo, transferem dinheiro, tudo isso por dentro dos aplicativos ou por pagamentos via QRcode.
Até as pessoas que moram na rua, que pedem alguma doação, tem um QRcode pendurado no pescoço para que o doador use o celular para pagamento.
Moradores de rua com QRCode para receber doações
Mas por que os pagamentos digitais se popularizaram tanto na China? 
Segundo os próprios chineses, quando a população começou a ter mais poder de compra, essa galera não tinha crédito. Os bancos locais e as empresas de cartão de crédito não tinham dados suficientes para conceder esses créditos.
Nesse momento, empresas como o Alibaba, que já possuía muita informação de compra dos chineses, resolveu criar o Alipay, uma carteira virtual, onde os chineses poderiam comprar, somente acessando o aplicativo, sem precisar ter cartão de crédito. Pronto! Estava iniciada uma das maiores revoluções tecnológicas no país.
Nessa mesma linha, a Tencent, empresa dona do Wechat (uma espécie de WhatsApp na China que tem muitas funções), aperfeiçoou o seu aplicativo e adicionou funções como pagamentos, empréstimos e transferências (até solicitação de visto para viajar e divórcio).
E como eles não param de inovar, agora estão já usando em vários lugares da China pagamentos somente com o reconhecimento facial (nem celular precisa mais).
Foto: techcrunch
Assim, os pagamentos se popularizaram de uma forma espantosa ao nível que, algumas vezes, os estrangeiros que visitam a China relatam que possuem dificuldade de pagar suas compras em certos estabelecimentos, porque simplesmente não se aceita mais dinheiro em espécie ou cartão de crédito.
Com isso, muitas empresas no Brasil já estão se adequando para esse tipo de pagamento digital, porque entendem que é uma tendência mundial que está chegando ao país. Claro que a China investiu pesado em infraestrutura para ter internet em todos os cantos do país.
Mas será que o Brasil está preparado para abraçar essa revolução? O que você acha?
Um grande abraço e sucesso.

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