Facebook e Apple no mercado financeiro?

Colunista Cristiano Silveira dos Santos traz as novidades de gigantes da internet em novos investimentos

Então, você acha que mercado financeiro é coisa só de bancos? Se pensou que sim, cuidado: tem muita empresa provando que esse mercado está completamente aberto e receptivo à inovação.

Nos últimos anos, o mercado financeiro tem experimentado muita coisa decorrente de startups. Quem não conhece o cartão Nubank? Bancos digitais como o Banco Inter e Banco Neon? São clássicos exemplos que uma empresa nova, mas com inovação e tecnologia da sua cultura, conseguem entregar um grande serviço e que desafia até os grandes líderes do mercado.
Mas será que os grandes players não estão fazendo nada? 
Será que são tão autoconfiantes que nunca pensaram em serem substituídos por uma startup?
Pois é, pelo menos aqui no país, tem banco correndo atrás do prejuízo. Os maiores já estão investindo pesado em inteligência artificial, big data, ciência de dados, chatbots, tudo para otimizar os serviços e reter seus clientes. Claro que ainda, nessa fase de transição, entre o analógico e o digital, ainda está devagar, com aplicativos e facilidades pelo celular tentando acelerar, mas a velha burocracia por trás, deixando todo o processo lento ainda. E quando falo em lento, nessa era digital, ainda temos horário de envio de TED, esperar até 48h para compensar um pagamento por boleto e por aí vai.
Antes de seguir, perguntem para os empresários o que eles acharam de o Carnaval cair esse ano no dia 5 do mês, onde apuração de folha de pagamento foi durante as festas e respectivos pagamentos tinham que respeitar os dias em que os bancos ficaram parados?
Se você acompanha as colunas aqui, sabe que já falei várias vezes em criptomoedas, como o bitcoin e outras. São exemplos que desburocratizam o sistema, deixando-o rápido e 24 horas. Sim, 24 horas.

Imagem: Techmundo
Bom, o Facebook enxergou uma bela oportunidade nesse sistema financeiro. A exemplo do Wechat, aplicativo chinês que você pode fazer bastante coisa por ele, além de falar com as pessoas, há indícios que o Facebook quer aproveitar os seus mais de 2,5 bilhões de usuários e lançar uma moeda digital para os seus produtos, como o Facebook, o Instagram, mas principalmente para o WhatsApp.
Segundo o New York Times, o Facebook planeja lançar uma criptomoeda ainda em 2019, onde venderia a sua moeda para os usuários. Segundo o NYT, isso facilitaria o envio de dinheiro entre países, sendo bem mais prático que toda a burocracia atual para isso. Na mesma pegada, o Telegram, com os seus 300 milhões de usuários, também está trabalhando no desenvolvimento de uma moeda própria. Já levantou US$ 1,7 bilhões para a criação da criptomoeda da rede.
Isso seria uma facilidade enorme para os usuários. Tudo pela rede que mais a gente usa. Um aplicativo somente.
Mas há quem olhe isso como problema. Se uma rede social como o Facebook lança uma moeda própria, tem suas vantagens de tecnologia e agilidade, mas continua centralizada. Tudo seria centralizado no Facebook, diferente das criptomoedas, como o Bitcoin.
imagem: ZDNet
E também seguindo essa linha fintech, a Apple parece que também não quer ficar para trás. Segundo The Verge, a gigante da maçã acaba de lançar o seu cartão de crédito. Mas sendo a Apple, não é um simples cartão de crédito. Segundo a matéria, o cartão não tem número, não tem o CVC (código de verificação de cartão), não tem data de expiração e nem assinatura. Ainda, o cartão não cobra taxas anuais, taxas internacionais e sem taxas acima de limite. 
E mais, ela não oferece recompensa baseada em pontos. Ela trabalha no modo "cash back", isto é, ela te oferece recompensa em dinheiro. Se você comprar com Apple Pay, te retorna 2%. Se comprar na Apple direto, te retorna 3% e se usar o cartão físico, 1% de retorno.
É ou não uma mexida forte no atual status do mercado financeiro?
Sabe aquele seu cartão de crédito, que tem anuidade caríssima, te enche de pontos que você nunca usa e se você atrasa a sua fatura, você multiplica consideravelmente sua dívida? Pois é, com todas essas inovações chegando, acho que esses cartões e bancos terão que rever as suas "vantagens".
Abraço e sucesso.
Cristiano Silveira 
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