Imprimir carros elétricos em 3D e a revolução na indústria automobilística

Colunista fala sobre a produção de carros elétricos em escala comercial e as revoluções que vêm por aí


Quanto falo em revolução, não é exagero. A mudança do mercado automobilístico já está acontecendo, e acelerada! Segundo informações do estudo da FGV Energia/Accenture, em 2030 o estoque de carros elétricos deve atingir 140 milhões de unidades, em torno de 10% da frota total de veículos leves de passageiros. Em apenas um ano, a frota de carros elétricos cresceu 55%. Estima-se que o mercado internacional absorveu 3,2 milhões de unidades, mesmo o custo desse veículo, de maneira geral, sendo mais alto. 
Segundo a pesquisa do Centro de Pesquisa em Energia Solar e Hidrogênio de Baden-Württemberg, o mercado chinês foi player principal desse crescimento mundial, por conta das montadoras BYD e BAIC dominando o mercado chinês, sendo seguidos pela Tesla, BMW e Volkswagen, respectivamente. 
1º LUGAR NO MUNDOAinda, a pesquisa aponta que, em 2025, o mercado de carros elétricos será de 5 milhões de unidades/ano. Países como Noruega, 52% dos carros novos vendidos são elétricos ou híbridos. Esse número posiciona o país como o primeiro no mundo a ter carros elétricos superando as vendas de carros a combustão. Claro que estamos falando de um país com uma frota de carros de passeio em torno de 160 mil unidades e com fortes incentivos do governo como pedágios e impostos mais baratos, bem como estacionar e recarregar suas baterias gratuitamente. 
O governo Norueguês deixou bem claro seu objetivo: a partir de 2025, eliminar os carros movidos por combustível fóssil. 
Ainda em 2008, quando visitei pela primeira vez o Salão de Automóveis de Genebra, na Suíça, conheci os primeiros modelos elétricos dos carros, onde pude notar claramente que as empresas e governos já estavam realmente focados em desenvolver esse mercado. Estamos falando de 10 anos!   
NO BRASILAqui no Brasil, a mudança ainda está mais devagar, mas com a tendência de economia de consumo, diminuição de emissão de poluentes e o visível melhoramento do design dos carros elétricos, o brasileiro já começa a olhar para esse mercado com mais atenção e já procura saber mais. Segundo o site Webmotors, em sua plataforma, teve um aumento de 71% na procura por carros elétricos no Brasil (dados de julho 2017). Aliados à procura de carros movidos a gás (GNV), fica evidente que o brasileiro está buscando alternativas para o alto custo do combustível, tanto que a procura por veículos a gasolina caiu 11% no mesmo período. 
Segundo o site Época Negócios, o Brasil tem potencial para vender 150 mil unidades de carros elétricos por ano. Até poderia ser maior esse número, se não fosse o custo para as montadoras, onde só a bateria do carro é responsável por 50% do valor total do mesmo.Para acelerar esse mercado, o Brasil já concede a isenção do imposto de importação para carros elétricos e redução da alíquota de 35% para até 7% aos híbridos. Em cidades como São Paulo, o carro elétrico fica isento do rodízio e ainda tem 50% de redução no IPVA. 
De olho nessa tendência do mercado, startups e pequenas empresas aqui no Brasil já se empenham para abocanhar uma fatia desse bolo. A startup curitibana Hitech Electric lançou esse ano dois modelos de carros elétricos, focados primeiramente no mercado corporativo e logo atenderá o mercado doméstico. 
Muitas empresas, do mundo todo, já sacaram que os veículos elétricos serão uma das grandes mudanças tecnológicas. Uma enorme oportunidade para outros segmentos da indústria, como fabricantes de baterias, painéis solares, geradores eólicos, oficinas especializadas e peças.


CARRO IMPRESSO?E se você quiser, em breve, não precisará nem esperar a montadora fabricar seu carro elétrico para depois te entregar. Você poderá imprimi-lo. Sim, é inacreditável e eu não estou louco! 
Segundo o site SingularityHub, as empresas Polymaker 3D, da China, e a startup XEV, da Itália, criaram um carro chamado LSEV que pode ser impresso em impressora 3D. Apesar de não ser o primeiro carro impresso 3D no mundo, o LSEV será o primeiro para produção em massa. Alguns itens não são impressos, como chassi, bancos e os vidros. 
Sua produção iniciará no final de 2018 e suas entregas serão em meados de 2019, na Europa, custando US$ 10.000. Depois de impresso, demora 3 dias para montagem. Segundo a fábrica, por mais que o tempo de montagem do LSEV seja maior que um carro atualmente, a utilização de apenas 57 peças em comparação as 20.000 de um carro tradicional, torna a manutenção desses novos carros muito mais simples. 
Com todas essas mudanças acontecendo muito rápido, o título dessa coluna "revolução do mercado automobilístico" faz mais sentido, não é? 
Abraço e sucesso. 

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