Colunista traz belos exemplos de como a tecnologia pode ajudar a mudar o mundo, como o caso dos exames de miopia com óculos de realidade virtual
Nas minhas colunas, tenho reforçado constantemente o impacto da tecnologia no mundo, desde a mudança no mercado financeiro, os impactos da realidade virtual, emprego da inteligência artificial, a conectividade que nos cerca com a internet das coisas e até mesmo na alimentação.
Além desses, outro grande impacto da tecnologia está no apoio de ações sociais pelo mundo. Com a grande conectividade que existe, principalmente por meio das redes sociais, podemos saber em instantes qualquer acontecimento no outro lado do mundo. Basta ter alguém lá para fazer o registro e pronto. No ar, ao vivo, em tempo real.
E isso tem proporcionado uma nova fase para os negócios sociais, aqueles que buscam resolver problemas sociais, não necessariamente sem visar o lucro. Projetos sociais pelo mundo inteiro têm ganhado uma imensa força, tanto de divulgação (como mencionei sobre as redes sociais), como de operação e arrecadação de fundos para a operação. Na operação, muitos desses projetos têm utilizado aplicativos, sites, equipamentos (que estão cada vez mais baratos) para solucionar problemas sociais que estão por toda a parte.
Um exemplo disso é a startup Eyenetra que utiliza a tecnologia dos óculos de realidade virtual para medir o grau de miopia da pessoa por meio de testes que são praticamente os mesmos realizados em um consultório de oftalmologia. Com isso, ele envia para o oftalmologista os dados da medição para, então, a prescrição da receita para novos óculos do paciente. Tudo muito rápido e sem a necessidade de muito espaço para aqueles grandes equipamentos.
Ano passado, conheci o diretor da empresa em um evento em São Paulo. Vitor Pamplona comentou que o ideia seria levar essa tecnologia para todo o canto do mundo, principalmente para regiões onde um oftalmologista não chega. E parece que tem dado certo. Quando falamos, a empresa já tinha presença em 55 países. Neste ano, já está em 87 países, com mais de 150 mil exames de olhos. É impressionante, não acham?!
Sobre a arrecadação de fundos para a operação do projeto, há inúmeros plataformas de crowdfunding (financiamento colaborativo) que atuam. O processo é praticamente o mesmo: cadastra o projeto na plataforma e a mesma faz a divulgação para que as pessoas possam investir no projeto. Para conferir a lista dos 10 maiores sites de financiamento coletivo no Brasil, acesse aqui.
E mesmo sem toda essa realidade virtual, internet e demais itens tecnológicos, ainda sim o impacto de um projeto social pode ser imenso e ajudar muita gente.
Um grande exemplo disso é a empresa Apopo, que tem como seu trabalho a identificação de minas terrestres em países da África. O investimento em detecção dessas minas geralmente é alto e até mesmo o investimento em cães farejadores é considerado um problema porque seu peso detonaria uma mina terrestre. Nesse caso, a empresa investiu em uma "tecnologia" pouco usual: o treinamento de ratos para detecção das minas terrestres.
Isso mesmo! Segundo o fundador da empresa, Bart Weetjens, em matéria da Harvard Business Review, em sua infância os ratos foram seus animais de estimação e ele sabia que eram espertos e poderiam aprender facilmente. Assim, treinou ratos gigantes da Gâmbia para detectar minas, até porque pesavam pouco e não corriam o risco de detonar um desses artefatos. Nessa linha, também os treinou para identificar focos de tuberculose, por meio de amostras de expectoração. Assim, permitiu as clínicas em lugares remotos a identificar a tuberculose e providenciar rapidamente o tratamento.
Então caro leitor, a transformação de realidades por meio de ações e projetos sociais podem ser amplamente impulsionadas com o emprego da tecnologia. E como vimos, simples ações podem transformar a vida de muitas pessoas.
Faça parte desse movimento. Envolva-se. Participe. Realize.
Abraço e sucesso.
Publicada originalmente na coluna Tecnologia do Diário de Santa Maria
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